A arte de ser mulher: um mundo “mais caro” na contramão do “ganhando menos”

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É visível que ser mulher custa caro. Mas como todo seu jeitinho, elas conseguem viver com a aparência intacta, bem-humoradas e dando conta do planejamento financeiro

O brasileiro já é conhecido mundialmente por seus gastos. Não à toa o setor de viagens e hotelaria adora os turistas daqui.

Mais do que “querer do bom e do melhor”, uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 49,4% da população investe na aparência física, com roupas, calçados e acessórios encabeçando a lista das compras.

Se os homens, muitos hoje metrossexuais, já desembolsam boa fatia do seu orçamento, quem dirá as mulheres!

Primeiramente, pelo próprio impulso de comprar, característico entre 9 de 10 mulheres. Depois, pela taxa rosa (pink tax), que faz com que o mesmo produto similar aos homens, porém destinado ao público feminino, seja mais caro.

De acordo com um levantamento do aplicativo AVEC, as paulistas lideram o ranking das que mais gastam em salões de beleza, com uma média de R$ 100 ao mês, chegando a R$ 1500, dependendo dos procedimentos e da frequência.

Muitas gastam 50% do seu salário em produtos de beleza e higiene pessoal, aumentando essa porcentagem quando entram nesse contexto os perfumes.

“Não existe uma única mulher que consiga dar uma volta no shopping e não compre nada. E isso reflete no que podemos constatar nas sacolas. Acessórios e produtos para cuidados com a pele e cabelos são aqueles mimos que nós buscamos nos dar quando a roupa ou o calçado não são prioridades”, ressalta Jennifer Lobo,matchmaker e CEO da plataforma Meu Patrocínio.

Como fica a relação gastar mais e ganhar menos?

Por mais empoderadas e gabaritadas profissionalmente, ainda assim a disparidade entre os salários entre homens e mulheres é gritante.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) em cargos de gerência, por exemplo, os homens ganham em média R$ 5.222, enquanto as mulheres recebem R$ 3.575.

O mesmo estudo aponta que a diferença por hora trabalhada chega a R$ 13 entre os gêneros no mesmo cargo.

Assim como citado no livro “Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?”, a história do homem provedor do sustento da família vem desde os primórdios.

E ainda que muitas neguem ou torçam o nariz para a ideia, algumas mulheres buscam um parceiro que traga estabilidade econômica.

Obviamente, estamos em outra Era e novos tempos, mas nem todas almejam revolucionar esses processos culturais ou deixar de unir o amor a um patamar econômico seguro.

Aliar amor e segurança econômica é uma boa saída

Sendo assim, o conceito de relacionamento sugar pode ser interpretado como algo que sempre aconteceu, mas não tinha uma nomenclatura específica.

Nessa forma de se relacionar, as questões financeiras e as expectativas de vida do casal são alinhadas de forma transparente desde o início.

Jennifer Lobo conta que mulheres mais novas tendem a buscar parceiros que tragam esse tipo de segurança.

“As mais jovens, estudantes ou em início de carreira têm buscado na figura do provedor uma forma de driblar as consequências das diferenças salariais que ocorrem no mercado de trabalho, garantindo a manutenção do seu estilo de vida”, comenta.

Ela salienta que o dinheiro ainda é um tabu e está em jogo nas parcerias emocionais.

“É evidente que ser mulher custa mais caro. O salário, muitas vezes, não é capaz de propiciar todos os produtos e serviços que a mulher deseja”, opina.

E finaliza: “De certa forma, contar com um parceiro para isso garante uma posição mais igualitária, mesmo que seja somente para bancar os estudos, permitindo à mulher, lá na frente, usar as suas próprias armas de conhecimento e experiência para lutar por seus direitos”.

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